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sábado, 10 de outubro de 2009

Bizarro: Sabesp convida cão para encontro de conciliação



Rejane Tamoto
do Agora

A Sabesp convocou, em carta oficial, um cachorro para um acordo sobre uma suposta falha de abastecimento e cobrança de água na capital. E quando Gideão Favelado Corintiano (um vira-lata de 6 anos) foi "atrás de seus direitos", ainda foi impedido de entrar.

Quem conta a história é o dono do cão, o vendedor Oswaldo Martins de Oliveira, 60 anos --que, no mês passado, abriu o convite da Sabesp e viu que não só o seu nome, mas também o de Gideão, estava escrito.

"Nós moramos em um sobrado. Ele embaixo e eu em cima", diz Oliveira, morador do Jardim Maristela (zona sul de SP). No último dia 30, ele levou Corintiano a uma unidade da Sabesp na região central da capital para falar sobre o acordo. O cão foi barrado na porta.

Oliveira conta que a confusão começou quando recebeu, em 2003, uma cobrança de R$ 5.000 da Sabesp. Não pagou e teve a água cortada. Ele entrou com duas ações na Justiça e colocou o vira-lata como coautor. Na primeira, perdeu. Na segunda, o nome do cão foi excluído, mas o dono conseguiu, no mês passado, um acordo judicial: a dívida caiu para R$ 131,10.

"Corintiano teve que tomar banho de caneca com água doada. Fiquei deprimido com a situação e tive gripe suína", afirma o dono.

A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) informou que os dados da ação judicial com o nome do cão entraram em seu sistema. "A Sabesp emitiu um convite identificando as partes envolvidas na ação para que o cliente tivesse condições de compreender e entrasse em acordo." O cachorro não foi barrado por ser favelado ou corintiano. Segundo a Sabesp, por segurança, só cães-guias podem entrar.

Com nome de herói bíblico, Gideão Corintiano brigou, em janeiro, com um pit bull que iria atacar uma criança. "Ele até afastou os maconheiros do bairro", gaba-se Oliveira.

Corintiano, segundo o dono, também gosta de ir a treinos do Timão. "Ele já foi ver 14 treinos."

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